* Desafio desta jornada: "Se pudesse inventar alguma coisa para ajudar a Humanidade, o que seria?"*
À medida que procurava no velho baú pedaços de emoções perdidas na infância, respirava fundo e ouvia o bater do coração numa enorme ansiedade… As cartas da tetra-avó, de um papel amarelado, puídas pelo tempo estavam cobertas de pó, deixadas ali, ao abandono dos anos, sem um raio de luz do Sol… de dentro do baú vinha um estranho cheiro de um tempo remoto… seria o perfume dela? No fundo, uma pequena fotografia de uma menina com pouco mais de cinco anos que chorava. No verso estava escrito: “2011 – Vacina da Felicidade. A picada da agulha foi a última dor que senti…”
O que seria a dor? O assunto inquietou-me durante vários dias, passando-me pela mente vezes sem conta… seria a falta desse tipo de sensações que nos provocava esta enorme paixão pelo passado cá dentro?
Após muito pesquisar sobre este ano tão longínquo, descobri que em 2011 foi inventada por uma mulher portuguesa, de seu nome Inês Marto, uma vacina que nos fazia esquecer tudo o que existe de mau no mundo… “A vacina contém substâncias que permitem manipular os neurónios de forma a apagar da memória cerebral todos os «sentimentos negros», eliminando a capacidade de os voltar a sentir. De forma a melhorar a qualidade de vida da humanidade, foi, a 27 de Julho de 2011, instituída uma lei mundial que torna obrigatória a vacinação de todas as crianças, jovens, adultos e idosos e de todos os bebés de gerações vindouras, assim, da humanidade eliminar-se-ão sentimentos de dor, angústia, tristeza, saudade e todos os sentimentos classificados como negativos.”. Deve ser por isso que quase ninguém sabe o porquê, nos dias de hoje… se a picada da vacina transmitia dor, sendo a dor um sentimento negativo, foi apagado da nossa mente.
Mas porque seria que chorava se sentia a dor da vacina no momento da fotografia? Afinal se dor é um sentimento negativo, não devia chorar… Não seriam também, naquele tempo, as lágrimas sinónimas de alegria e entusiasmo?
Que seres tão diferentes somos nós, separados pela poeira dos dias, dos meses, dos anos… gostava de ter vivido no tempo em que viveste ainda que por breves Invernos… de ter conhecido na inocência de criança os dois lados da vida: o colorido, é certo, mas também o cinzento, para saber dar valor à cor…
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